Educação no/do Campo: mudanças no território rural
Zona rural, um território de multiculturas em que se têm muitos adjetivos às sombras da cultura capitalista e urbanocêntrica, deixando o campo apenas com a imagem de lugar em que se é rico em trabalho braçal e plantio e pobre em cultura e educação.
Basta! Está na hora de lançar os territórios campais a luz do sol, e deixar brilhar sua sabedoria, cultura e bagagem histórica.
A vida rural ainda está estagnada, pois, a sociedade vive um mundo voltado a ideais capitalistas totalmente centralizados a uma vivência urbana, desvalorizando a cultura rural, prosseguindo em mitos de que na "roça" não se tem saber, e é único e exclusivamente um lugar em que se planta, pesca, e criam-se animais, vive-se bucolicamente entre a natureza, e na pobreza de cultura.
Bom, esse modo de vida vem mudando, vem crescendo um olhar sobre a preservação do ambiente, a vista sobre o turismo, bem como a procura de descanso para aposentados que buscam a tranqüilidade do campo,
desmistificando a velha evasão rural vivida há muitos anos, hoje pessoas moram no campo e trabalham na cidade, moram na cidade e trabalham no campo, buscam sair como voltar à ele,
"O campo, hoje, já não é mais um sinônimo de agricultura, pois, muitos traços do mundo urbano já estão incorporados neste meio, assim como muitos traços da vida rural foram sufocados pelos modelos urbanos. O espaço rural caracteriza-se pela heterogeneidade." (Vania Grim Thies, 2011. p.4).
Assim, podemos então pensar e elaborar questionamentos sobre a educação frente todas essas mudanças que vem acontecendo ao meio rural. Ainda se trata de uma educação precária tal ou maior que a urbana, com difícil acesso à seus alunos, sem preparação por parte de seus educadores, e de um currículo que não respeita a bagagem de vida, e as especificidades do meio campal.
Também se apresenta o outro lado da moeda, um bom trabalho pode ser efetivado na escola do campo, como se sabe, nesse território a uma maior proximidade entre os relacionados à ela e à toda comunidade, assim permitindo portanto, um contato maior com a realidade de cada um e suas histórias, podendo então, o professor preparar-se melhor para conviver com aquela comunidade em que trabalha.
E através de um ensino rural que valorize o seu meio, sua heterogeneidade, suas multiculturas, é que poderá se ter uma verdadeira mudança e o professor deve saber que somos os "motores da disseminação desse processo..."(Vânia Grim Thies/ fóruns).
Referências Bibliográficas:
MUNARIM, Antônio.
THIES, Vania Grim. MOVIMENTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DO CAMPO: uma trajetória em construção– UFSC, GT-03: Movimentos Sociais e Educação ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O RURAL: caminhos em construção para uma educação do campo. 2011.